Dr. Claudio M. Martins

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Alcoolismo: do beber ao abuso

A mudança na legislação do beber e dirigir nos leva a uma reflexão da fronteira movediça entre o uso e o abuso do álcool.

Estudos mostram que embora o estresse não determine o alcoolismo, os indivíduos submetidos a situações estressantes, para as quais não encontram alternativas de solução, tornam-se mais vulneráveis a se tornarem alcoólatras pela ação relaxante e tranqüilizante que o álcool proporciona, semelhante ao dos medicamentos ansiolíticos. O problema é que o álcool tem muito mais efeitos colaterais que esses medicamentos.
Os conceitos de alcoolismo variam desde o conceito moral (ainda predominante em grande parcela da população) até a compreensão de um conceito de doença de componentes genéticos, biológicos, psicológicos e sociais.
Aproximadamente dez em cada cem pessoas nascem com essa predisposição, mas só desenvolverão esta doença se entrar em contato com o álcool. Se somarmos os familiares envolvidos com os distúrbios comportamentais inerentes da doença, chegamos ao número de 25% da população afetada de uma forma ou outra pela doença.

O uso de bebidas alcoólicas é tão antigo quanto à própria humanidade. Beber moderada e esporadicamente faz parte dos hábitos de diversas sociedades. Determinar o limite entre o beber socialmente e o alcoolismo (síndrome de dependência do álcool) é por vezes difícil de ser determinado. O problema se torna evidente quando o indivíduo passa a consumir bebidas alcoólicas diariamente.
A dependência se manifesta através da modificação no comportamento do indivíduo, tais como: falta de diálogo com o cônjuge, freqüentes explosões temperamentais, perda do interesse na relação conjugal, diminuição da vida sexual, comportamento irritável, habituais faltas ao trabalho sem justificativa plausível e ocorrência de acidentes automobilísticos. Tais situações indicam o sinal de alerta de que o indivíduo já perdeu o controle da bebida e pode estar travando uma luta solitária para diminuir o consumo do álcool, embora na maioria dos casos as iniciativas pessoais resultem em fracassos.

O tratamento do alcoolismo é bastante complexo e depende da apresentação clínica do paciente. Em termos genéricos, o primeiro passo é a motivação do paciente para mudança do comportamento aditivo. O psiquiatra pode auxiliar através de psicoterapia, uso de medicação e trabalho com a família e/ou rede social do paciente. Isso só é possível com o entendimento do processo de mudança que começa com o estado de pré-contemplação, no qual o paciente ainda não reconhece os problemas que a bebida lhe causa e não planeja mudar seu comportamento.

Data: 18/07/2008 - 17:48
Autor:: Claudio Martins


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