A ampliação do conhecimento das neurociências associado com a sedimentação das diversas vertentes das teorias psicológicas do desenvolvimento da mente humana, vem cada vez mais beneficiando um grande grupo da nossa população (cerca de 30%) portadora de algum tipo de transtorno mental.

Os estudos epidemiológicos demonstram que deste grupo 70% são transtornos ligados aos espectros de ansiedade ou depressão, como: as fobias (24%), depressão (17%), distimia (6%) e ansiedade generalizada (5%). Algumas pessoas ainda apresentam comorbidades (transtornos simultâneos).

O avanço dos critérios diagnósticos também veio a favorecer tratamentos mais eficazes, pois na medida que se identifica melhor o quadro psicopatológico mais precisa é a sua terapêutica baseada em evidências científicas.

Pacientes portadores de Síndrome do Pânico ( ataques de ansiedade de curta duração, associado ou não a taquicardia, falta de ar, tontura e sudorese), Fobias ( crises de ansiedade desencadeadas por situações especificas: andar de elevador, dirigir, multidões, desempenho no trabalho etc.), Ansiedade Generalizada ( inquietude, dificuldade de concentração, tensão muscular, preocupação permanente, irritabilidade ...), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (idéias intrusivas à consciência contrárias à vontade da pessoa, como o de dúvidas – fechou ou não a porta – o que faz com que necessite conferir várias vezes à porta, levando a rituais (compulsões) que o escravizam.), Depressão ( considerado por alguns como o mal do século XX, apresenta-se com tristeza, desânimo, ausência de desfrutar atividades prazerosas associado ou não com dificuldade de concentração, perda de memória,alterações do sono apetite... e em casos graves idéias recorrentes de suicídio) e Transtorno Bipolar ( alterna momentos de depressão e euforia ) são algumas psicopatologias que se beneficiam com o arsenal terapêutico da moderna psicofarmacologia associado com psicoterapia .

A pesquisa continua nos mecanismos de ação de medicações que atuam no cérebro, conhecimento dos efeitos colaterais, e os benefícios que cada subgrupo de paciente pode ter . Este conjunto de informações instrumentalizam os médicos a terem um leque de opções medicamentosas cada vez mais eficaz e seguro no tratamento de doenças já citadas, bem como nos transtornos graves como a Esquizofrenia.

Igualmente o avanço do conhecimento da influência dos processos psicossocioculturais no desenvolvimento dos transtornos mentais nos permite estabelecer estratégias de tratamento cada vez mais eficazes.