Dr. Claudio M. Martins

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A sexualidade feminina na meia idade



Com o avanço do conhecimento científico e as medidas preventivas e curativas que a medicina foi possibilitando para a humanidade, está cada vez mais aumentando a expectativa de vida das pessoas. Ao mesmo tempo, há uma busca constante do aumento da qualidade de vida nesta vida longeva. Neste aspecto, inevitavelmente se passa por uma vida sexual ativa e prazerosa em todo o processo evolutivo do ser.

As mulheres nas últimas três décadas foram firmando as suas conquistas pessoais, profissionais e sociais. O que possibilitou que no âmbito da sexualidade também passasse a buscar formas de satisfação e relações satisfatórias. Num primeiro momento houve a maior liberdade das adolescentes que passaram a exercitar a sua sexualidade com mais espontaneidade. As repressões sociais e familiares foram sendo combatidas através de uma mudança de costumes, onde o sexo passou a ser visto não somente como um ângulo da vida que favorecia mais o prazer masculino (exercido sem culpa e até como um ritual de passagem de afirmação da masculinidade), mas igualmente como uma parte integrante da vida feminina.

Agora está chegando a vez da geração adolescente “revolucionária” do anos 60 e 70 entrarem na faixa dos cinqüenta anos com toda a potencialidade feminina que foi sendo galgada no âmbito biopsicosocial neste período.

Pois, senão vejamos as mulheres apresentam em todas as etapas da vida secreção de hormônios sexuais que no período de vida reprodutivo são cíclicos. Mas há algumas características básicas que a diferenciam em relação ao homem neste aspecto. Já nos idos de 1960, um autor chamado Money sintetizava a expressão da sexualidade da mulher no seu aspecto hormonal da seguinte forma: “... os Estrógenos torna as mulheres atrativas aos homens enquanto a Testosterona ( hormônio sexual prevalentemente masculino) as torna responsiva a eles.

Um outro ponto importante no entendimento do processo hormonal da sexualidade da mulher, é a que possibilita ser ela a única entre os vertebrados a ter a sua libido sensível à estimulação sexual mesmo quando não estão férteis ou ovulando. Ou seja, em qualquer etapa ao largo do ciclo menstrual ou mesmo após a menopausa as mulheres secretam androgênios e são sexualmente receptivas, já que a primitiva associação entre motivação sexual elevada e fertilidade não mais existe entre os humanos. Portanto as mulheres “cinqüentonas” estão fisiologicamente perfeitamente aptas a exercerem um dos alicerces mor do bem viver, que é uma sexualidade plena sem culpa e na busca contínua de satisfação amorosa.

Por outro lado, mesmo nos casos de deficiência hormonal, com o avanço dos tratamentos com reposição hormonal tal quadro vai se tornando cada vez mais raro, o que sem dúvida é mais um reforço no arsenal da sexualidade feminina.

Evidentemente nós não somos só hormônios, e há uma série de transposições comportamentais e psicológicas que devem ser enfrentadas neste período e absorvidos de forma salutar em busca do direito de ser sexualmente feliz.

Assim como nas etapas prévias da evolução psico-sexual da mulher, as preferências sexuais e as paixões são marcadas por uma gama de diversidade, maleabilidade e plasticidade. Onde colabora o amplo leque de parceiros que atraem, cenários eróticos, símbolos sexuais e fantasias que se associam no processo instintivo da sexualidade. Mas sem dúvida, o grande fator que mantém o interesse no sexo é o estado emocional e qualidade de relação com o parceiro.

Portanto transtornos psíquicos, como a depressão podem ter uma grande influência na queda do desejo sexual, bem como um sinal de rejeição por parte do parceiro pode “desligar” a libido, mesmo que o parceiro seja extremamente atraente.

Geralmente nesta etapa da vida há uma mudança no papel familiar da mulher, com uma “diminuição” da importância do seu papel em relação aos filhos, e cada vez mais a possibilidade de já estar numa segunda ou terceira relação, ou mesmo por opção só, o que faz que tenha buscar ajustes tanto na sua vida afetiva como sexual. O importante é que possa estar alerta que a sexualidade está presente em todas as etapas da vida, da infância a velhice, e que pode e deve ser exercida como um elo fundamental de resgate de uma dignidade de vida.


Data: 13/06/2006 - 14:22
Autor:: Dr. Cláudio M. Martins (Mestre em psiquiatria)


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